Não há palavras que descrevam a emoção que o trespassou durante a travessia da ponte.
Da cidade, de que agora seria, não havia perspectiva mais impressionante.
Comparada com a que deixava para trás, onde todas as esquinas tinham uma história em que também era personagem entre outros que faziam a sua, aquela era o mundo.
Estranhava, surpreendido por tanta luz e os espaços, hoje imensos, onde ela parecia não chegar.
Era desses que não conseguia desviar o olhar e só os esqueceu quando a paisagem deixou de ser e o obrigou a ser também cidade.
Naqueles, onde a luz afinal chegava, encontrou o que lhe pareceu ser paz, as cidades de que a cidade era feita, gente que ali sempre esteve e outros que como ele ali vieram andar...
O tempo passou, de algumas esquinas já fazia parte e com um sorriso passeava só para as encontrar.
Num ápice, que a facilidade que sempre tivera em conhecer gente acelarou, trocou as esquinas por pessoas.
E com um sorriso passeava só para as encontrar.
E histórias para contar.
Entre esquinas e pessoas inventava episódios carentes de outros para que não parasse desprevenido naquela que evitava e onde inevitávelmente se iria encontrar.
Agora não queria parar.
Fingia ignorar a urgência num adiar camuflado de prazer...
Manhãs frias em dias quentes.
12 comentários:
A ponte será sempre o que nos leva ao outro lado... ao lado que escolhermos...
Zé Manel,
As pontes são sempre locais de passagem, em que na outra margem nos aguardam novas sensações, prontas para serem descobertas e desvendadas.
Abraço.
foi como se me sentisse a passar essa ponte
bom resto de domingo
Estou agora a ler ''A ponte'' , de Maria Isabel Barreno. Fala sobre a construção da ponte 25 de Abril e compara a ponte com as relaçoes entre as pessoas, juntamente com uma historia paralela. Interessante e cheio de reflexões e descrições.
"...que nunca caiam as pontes entre nós..."
Desconfio que todos os conflitos derivam de pontes mal construídas, inacabadas e com fracos alicerces.
Sempre as esquiunas, amigo. Eis que as dobramos em todos os dias de nossas vidas...
Alma,
Esta é uma escolha que há muito aprendi ser a errada.
Bom lembrar os erros do passado...
Art of love,
Pontes, escadas, rampas...
"nos aguardam novas sensações, prontas para serem descobertas e desvendadas."
O que faz da vida um milagre...
Abraço
Paulinha,
Vou espreitar essa ponte...
E o teu blog também.
abraço
S.,
Grande verdade.
E, desnecessáriamente, continuam a cair as pontes... triste.
Abraço
Arabe,
Quero acreditar não ser necessário dobrar nem esquinas ou pessoas...
Voltar a ignorar a urgência de parar num adiar camuflado de prazer... nunca mais. Há muito.
Aprender com os erros.
Passei aí e mais uma vez a paz...
Abraço
Carla,
Todos um dia o fazemos...
Boa semana
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