aonde quer que vá


ASSUNTO: massege
DATA: Sat, 31 May 2008 05:34:47 -0700 [31-05-2008 13:34:47 WEST]
DE: Wilhermina Cishahayo | wcishahayo@yahoo.com |


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Dear |zm|

I'm Wilhelmine from cape town
my life sttil the same,it,s wase aven more the place they put the refugees is not a nice place it,s a hall with a lot of peaple one toilet no shower last week we get expared food now 60 peaple are in hospital it's very cold we sleep on the floor even the blanket we got is not enaght it's raining and the place is leking no food we get soup and bread one time a day my children they not yet going to school they don't have nothing from school because every thing is stolen so now i don't have an possibility to buy again the uniform, shoes,books and all they needs for school,i need your help;please help me go tell all my history to the church or other communotey so they can help me
i need help
from wilhelmine
bye bye

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Tinha umas linhas para aqui publicar, a intenção era descrever a tristeza que descubro num olhar, aonde quer que vá, rodeada de uma beleza única, colorida e vibrante...

Parecem-me estas que recebi mais eficientes. Infelizmente!
Fica um aperto e a impotência de não saber que fazer...

e o tempo passou


Foi uma atitude perfeitamente desnecessária.
Inesperada, surpreendente!
Ela tratou-me mal. Eu senti-me mal tratado, desconsiderado.

Magoado...

Foi nessa dôr que prometi esquecer o que sinto.
Para isso pensei. Pensei muito. Estabeleci novas regras e rotinas.
Encaixotei e atirei ao lixo tudo que fosses Tu.
Proibi-me transitar em ruas específicas e até auto-estradas, pois sei que todos os caminhos e atalhos me levam a Ti.
Não atender sequer o telefone a quem Te vê ou fala contigo uma vez por mês.
Apaguei as fotos que tenho tuas, nua, linda. Da memória não consigo.
Virei para a parede os quadros onde insistes aparecer.
Sózinho, ás escondidas, espreito para te ver. Culpado.
Quando resisto pinto-te outra vez e finjo seres tu que me persegues...
E em todos continuas a colorir o branco da tela.

Consciente da minha decisão ser a mais acertada e única alternativa para pôr cobro a um amor não correspondido, sorri orgulhosamente da inesperada capacidade com que dei por extincto tal sentimento que há anos me perseguia.
Soubesse eu ser, afinal, tão simples!
Tantas lágrimas derramadas, tantas fúrias encarceradas, tantos beijos abraçados que não Te dei.

Enchi o coração de indiferença, esforçada, eficiente, passei na estação de serviço e esgotei o gelo.
Assim armado, gelado a arder por dentro, enfrentei o tempo.
O tempo passou e não há nada como o tempo.
Já o tempo completara três infindáveis dezenas de horas, a alma e o corpo doridos de tamanho esforço, quando súbitamente, sou invadido por um pensamento implacável que se recusa abandonar-me apesar de o combater com argumentos de inegável consistência.

Como é que Tu estás?
Sei que não é comigo que queres, mas para me sentir em paz preciso, egoísta, saber-te feliz e em paz, comigo, também.
É insuportável a dôr de Te imaginar infeliz e ser eu o responsável atormenta-me, prolonga as noites infindáveis onde, só, me atrevo viver, cola-as aos dias onde não encontro motivos para justificar o desconfortável brilho que o nada festeja.

Eu amo-Te.
Ainda que longe de mim quero que a vida te traga dias cheios, brilhes, que o mundo sinta essa Tua energia vibrante, contagiante e sorria ao ver o Teu, pois só assim, também eu o poderei, ainda que invisível, sentir.
Cá dentro... Sempre.
Só sei que sinto este sentir invadir-me, que é grande e de uma beleza única.

Desculpa-me. Eu não percebo nada do Amor.

Walk...


Nunca percebi porquê mas desde muito cedo entrou em mim e dizia claramente o que em Português parecia impossível.
Como se uma palavra significasse palavras e a simples variação da entoação decifrasse emoções desconhecidas de Camões.

A constante divagação e repetição exaustiva na procura da construção ideal daquelas frases que aqui dentro ocupavam infinitas páginas de memórias nunca partilhadas e cuidadosamente sussurradas garantindo a aparente e imprescindível sanidade mental que de contrário traria sérias repercussões e vergonhas insustentáveis.

Do alto do meu mundo observava os pobres infelizes que se afundavam em dificuldades crescentes e assustadoras para pôr em prática a mais básica forma de comunicação com resultados coerentes e de significativo entendimento.

Não era o egoísmo que me impedia de revelar o meu segredo mas a absoluta certeza da incapacidade óbvia de entenderem tal linguagem e de tal revelação ser potencial responsável por um acréscimo substancial do ambiente caótico já evidente.

Com uma tristeza conformada de consciência tranquila e nos ombros o peso da enorme perca que significava a minha decisão de definitivamente ocultar o segredo da resolução da incapacidade de comunicação entre os meus pares que prosseguiam na paz que só a ignorância permite sentir, guardei para sempre, cá dentro, tamanho tesouro.

Lembro nitídamente as sensações de desconforto e revolta pelo desperdício de infindáveis horas dedicadas naquelas salas austéras e frias á aprendizagem desta lingua Portuguesa e consequente e inevitável empobrecimento da minha.
Walk... 
Presumo que foi nesse período que se instalou em mim uma tristeza que ainda hoje persiste.
Os anos obrigaram-me a ceder á invasão pelo racicionar quase constante na língua Portuguesa.
Walk... 
Walk... Walk... 
Porém, ainda hoje e por motivos que desconheço e sempre me surpreende volta o que nunca de cá saiu.
Walk...
Walk... Walk...
Olhava para o mapa quando surgiu...
Inevitávelmente, também aquela tristeza me invadiu.

Walk... Walk alone...

|levo-te comigo|cá dentro|sempre|

ontem


Não foram mais de uma mão cheia de frases, concerteza mal construidas, que consegui deixar escapar durante todo o dia, sempre de olhos fechados, porque o esforço não permitia acções tão complexas em simultâneo...
O dia esgotou-se com uma velocidade estonteante e a noite chegou cedo para me poupar ao sofrimento que a luz provocava, não percebi de onde vinha, garanto que o céu esteve cinzento, carregado de nuvens negras e pesadas e recordo ainda o som agressivo da trovoada ao longe.

Cá dentro.

A sopa perdeu o sabor em contraste com o que persistia não desaparecer da boca, o sofá onde me enterrei é desconfortável, as legendas fogem sem que as consiga decifrar, o telefone insiste em vibrar e não descubro como o calar...

Coisas que queria fazer e sitios onde queria ir. Ontem.

só eu


quero ver-te
almoçar
jantar sem tempo
levo-te uma flor
branca 

desonesta
vermelha de paixão
a sensação que não sabes
desapareça
porque sou eu


palavras






O espanto de perceber o poder das palavras escritas por alguém que me aquece e transforma a tristeza persistente num sorriso tímido de uma ternura esperada.





de hoje


Minha amante. Minha amiga.
De ontem de hoje de agora.
Não sei se durmo comigo se contigo.
Um Amor quase perfeito.





faltava


É tarde. Muito tarde.
Não sei bem porquê o Jarrett hoje sabe tão bem…
O meu teclado está a ganhar côr! Tons de azul ! Condizem com o ecrân… Bom?
Arrastei os tons da fada, quase pinceladas.
Super computador qual instalação !

Já não é o teu aniversário, ainda assim, parabéns minha querida.
Cara linda a tua rodeada de tantos amigos.
Que bom eu estar aí.

E apesar de querer encher o teu coração comigo e não conseguir, sei, pelo teu olhar, ter um espaço para sempre, especial, lá.
E o Jarrett toca.
Provoca-me arrepios.
Ou será só por pensar em ti ?

E para a noite ser perfeita faltava:
Despejar cinzeiros, lavar cinzeiros, lavar copos, procurar copos, apanhar copos, lavar pratos, apanhar pratos e cacos, lavar os cacos também, organizar os restos, lavar as chatas das travessas do bacalhau, divinal, com cenoura ou espinafres, recolher, proteger e arrumar os patês, queijos, frutas, bolos e os copos lindos com risca prateada.
Cuidado!!!
E o lombo de porco!! Travessas para lavar, talheres, mais pratos e tanta coisa para arrumar…
De passagem, enquanto lavas louça, as minhas mãos agarram a tua cintura, os pratos, cheios de detergente escorregam e quase se partem, fingo não ver, afasto o teu cabelo, com o meu nariz, claro, o teu pescoço está ali e a minha boca enche-se de ti, aproveito e digo (como se tu não soubesses!!!):
Amo-te.

Hoje a corrente de ar é bem vinda, uns minutos.
O X. ??!!
O quarto, os dentes, o sono, tanto brinquedo.
E a água que corre sem parar aqui e ali.
E lixo para reciclar !!! vidros, plásticos e outros que tais…
Nove para baixo outros tantos para cima… o ar entrou, a casa arejou.
O X. ferrou, lavei os dentes e adormeci.
Agarrado a ti.


ainda


É com o estômago reconfortado e temperado pela sopa que me felicito fazer sempre que a colher chega perto e o cheiro se faz sentir, com um sorriso pateta, o coração quase a berrar por um anti-pirético e ignorando o telefone que toca a lembrar responsabilidades, que adio subtilmente o prazer que perspectivo em devorar o que escreves.

Ainda procuro nas montras o que sei gostares e com muita facilidade encontro.

fazes-me falta


A incapacidade de olhares para ti honestamente, apesar das consequências verdadeiramente dramáticas e sempre imediatas, que, infelizmente, de algumas sou testemunha, o egoismo e teimosia reveladora de imensa inteligência e proporcional imaturidade, que com o maior atrevimente geres relações humanas orgulhosamente distribuindo certificados de ignorância indescriminadamente, a que não dou importância e como tal sem efeito, ainda que visível e evidente há muito.

Com enorme tristeza e preocupação percebo, que se tal postura também me é dirigida, depois de tantos anos, suposta amizade e enorme cumplicidade, ainda me vejas, com genúina surpresa e maior desapontamento, como mais um admirador/bajulador, não amigo, que por aqui anda com intenção única de massajar continuamente um ego já tão inflamado e insensivel.
Não quero sequer imaginar o que as tuas faculdades intelectuais fantásticas e com outras aparentemente inexistentes te permitem organizar...

O teu desconforto e insegurança, são consequência directa da tua postura na vida. Não me sinto no direito, não quero ou tenho qualquer necessidade, de criticar tal postura.
Já executei manobras mais elaboradas, com sucesso, dignas de encore.
Não me orgulho, mas também é parte do que sou hoje.

Acredito porque sou incoveniente, ou por outro qualquer motivo, não quereres ser minha amiga. Aceito, sem ressentimentos mas com tristeza e mereço, sem dúvida, a tua consideração e respeito.

Espero, sempre esperei, de quem com tanta facilidade e objectividade expôe as falhas alheias, maiores cuidados e acrescidas atenções tivesse com as suas.

Não sei se vais ler o que aqui deixo, provávelmente se leres até aqui estás a espumar e eu serei uma besta!!

Sem razão, não te julgo, só descrevo o que vejo.
Sem nunca deixar de gostar e te admirar porque o que dizias era quereres ser uma pessoa melhor.
Sou teu amigo, sempre estive ao teu lado quando me pediste. Sempre, olha para trás e vê.
Por isso, com custo, aprendi a ouvir. E não foi fácil.

Sou já uma pessoa melhor.
Cheio de paz que é reflexo de uma consciência tranquila.
Resultado de trabalho árduo, não remunerado, diário, sem férias ou feriados e sem prazo determinado por decretos, leis ou patrões ditadores.
Aparentemente ingrato porque invísivel a quase todos.
Mas muito gratificante para mim e permite-me escrever estas palavras porque gosto de Ti.

Hoje faço questão que que saibam quem sou.
Não receio que me julguem e aprendi contigo que gostam mais de nós quando somos, afinal, tão imperfeitos, em ser um pouco melhor.

Tão pouco aí fora e uma eternidade aqui dentro!
Fazes-me falta.

cidade dos b's


Apesar de ser noite cerrada, ter saido de tua casa ainda agora, ter já, e mais uma vez, interrompido uma qualquer conversa concerteza importante e sem dúvida digna de mais um episódio de novela televisiva de sucesso garantido, claro que sem desconsideração por nenhum dos personagens por quem nutro um carinho especial apesar de um deles ter o triste hábito, apesar de recente, partilhar contigo grandes conversas e pior que isso, náo só.

A boa disposição é inevitável e tu minha querida és sem dúvida a única responsável.
Obrigado pelo jantar e principalmente pela vossa companhia que, como tu bem sabes, me é tão querida.

Posto isto e depois de ter falado contigo devido a um qualquer esquecimento meu, fez-se luz e percebi:
- Sexta feira é feriado!!
Lógicamente e com uma lucidez quase estonteante o plano desenhou-se perfeito:
- Minha querida bamos passar o fim de semana á cidade dos B's.
Estou para o fazer á algum tempo e com a tua companhia seria mais que fantástico.
Partida quinta-feira fora de questão mas sexta-feira concerteza, o que permite ter o sábado todo na cidade invicta, que como bem sabes atractivos tem para encher mais que um dia.
Domingo almoço, sempre delicioso, pois o Xavier é além de amigo, grande cozinheiro e aniversariante.

Perfeito!!
Regresso calmo pelas estradas de Portugal em alegre cavaqueira.
Mais que perfeito!!

Mas, subitamente, o meu horizonte tão brilhante foi invadido por nuvens negras e pesadas de senãos e talvezes.
Minha querida com a mesma rapidez apaguei-as da paisagem e só posso dizer que a ideia agrada-me substancialmente.
Como tal, e se for também do teu agrado fico radiante.

Beijos

|não digo onde para não teres um pretexto para recusar o convite|