Olhavas como se fosse possível e a qualquer momento se abrisse o acesso á informação com que me irias construir.
Cada resposta trazia inevitávelmente novas questões e a cada nova pergunta aquela sensação, até então desconhecida, entrava contrariando o medo volátil ao brilho inquisitor do teu olhar.
Consciente do efeito que as tuas palavras tinham em mim, surpreendido por inesgotável e genúino interesse, brincavas na expectativa do eminente tropeção que aquela roda-viva iria provocar.
Desapontada, ao constactar que o jogo em que eras exímia não produzia o resultado previsto, recorres a outra técnica que sabias infalivél e do nada surge motivo de uma birra que se reflecte não em palavras, mas na sua ausência, acompanhada de expressôes onde a legenda diz culpa, onde eu, finalmente, deveria tropeçar.
Foi nesse momento que percebi morar em ti.
Mais tarde reconheci o tropecção que esperavas e não viste.
Enquanto olhava para ti e gostava, imaginavas o jogo que faria de mim o que querias um dia gostar.
Viste o que quem sem tempo e anda por aí também vê.