Não havia passeio na rua que deixava de ser minha.
Sentado numa pedra olhava a porta de que já não tinha chave e acabara de fechar.
Imaginava por onde andariam os tarecos e velharias oferecidos á pressa e a falta que teriam de mim.
O sorriso de quem recebe o que não espera.
O julgamento inesperado, vísivel na incapacidade de cruzar o olhar, de quem não sabe ser sempre possivel sonhar.
Quando para isso basta acreditar.
Eu e o meu carro, carregado com um saco de roupa e a ausência de porta para abrir.
A mistura de emoções é indiscritivel. O medo real.
Os pensamentos velozes e traiçoeiros:
- este é o resultado de me atrever ainda sonhar. Uma vida que acabou, um mundo construido e desaparecido ainda sem substituto.
A confirmar a loucura, enche-se a cara dum sorriso feliz cumplíce da sensação de leveza que me levanta e dirige á porta.
Do carro. Bom!
Agora tudo é possivel.
2 comentários:
"Os pensamentos velozes e traiçoeiros:
- este é o resultado de me atrever ainda sonhar. Uma vida que acabou, um mundo construido e desaparecido ainda sem substituto."
Queres substituto? Eu não, jamais. De novo descobrir outro mundo? Inventar flexibilidades e assimilar manias? Ok, mas temporariamente, a tempo inteiro? Nunca!
um recomeçar, um renascer...
...nunca e sempre...
jokas
P.S. tens de tirar estas letrinhas
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