* Neste mundo tudo é virtual, a morte também. Ainda bem!
Chega. Não me consigo ler sem querer apagar. Nada faz sentido, na realidade tudo me parece ridículo, lamechas, em nada condiz com o meu estado de espírito e qualquer coisa que escreva aqui me parece desonesto ou jogo que não fez nunca parte do que por aqui deixei e foi muito de mim que já não sou. Fico por aqui para que um dia me lembre do que passou, passei contigo e por causa do que sentia, mas sempre eu, egoístamente honesto, que por muito gaja que seja nunca o serei, com o respeito e admiração, tesão que tenho por ti, ainda que o meu último motivo e o teu primeiro. Curioso não é? Quando somos nós que supostamente funcionamos assim. Nada é o que parece e acima de tudo ninguém é o que escreve, mas o que faz. Escrever não é fácil e escrevendo como tu mais difícil se torna fazer, ser. Espero continuar esta conversa, ainda que no meu olhar vejas a vontade de te comer ou como lhe quiseres chamar, com a certeza de que sabemos quem somos apesar do nome que usamos.
Para todos os efeitos o zm morre*. Espero que o que aí vem tenha a coragem de sentir como ele.
006
Poupo-te como ao ceguinho. Poupo-te á narrativa do caos que a vontade empurra os dedos e a razão trava, o quanto me apetece escrever quando o que tenho que fazer é desenhar.
005
Perdi-me nas tuas palavras e nas imagens do caminho que te leva a casa. Não me apetece escrever ou pensar traduzir se o que passa é tristeza ou saudades da capacidade de a sentir tão grande cá dentro. Os dias têm sido cheios, o tempo insuficiente para tudo que queria fazer e nesse espaço onde nada falta o que sobra é o que poderia preencher esse sentir, ainda que outros, inesperados, surjam sem o conseguir.
004
Vens a tropeçar enrolada na urgência que substitui as palavras que não te dirigo, nem queres, até que a sensação de que se encaminham noutra direcção te ilude a vontade de ter o retorno das tuas que não são mais do que capítulos de uma história que não é, nem nunca foi, nossa. Esta história que acabou é minha e o teu amor há muito que conta outras de que não fui personagem. Agora não crescem em frases na procura desesperada do alívio que a identificação dolorosa de sentimentos em tempos camuflados pela justificação racionalmente adequada, eficaz e com único propósito de adiar o inadiável: sentir a dôr que a perca de nós provocou, o que não serei e sentia possível contigo ser.
Foi egoísta o meu amor. Pela primeira vez senti ser parte de um mundo a que me abriste as portas onde eu sempre esbarrei. Matei o teu sem saber, nunca te abri as minhas, o que pudeste ver não era deste nem bonito e mesmo assim chegaste tão perto, como nunca o tinham feito.
É da Amiga que sinto falta, não do jogo da Mulher, ainda que as duas juntas sejam fantásticas e neste mundo improvável e raro, sei que andam por aí.
003
Claro que não eras tu mas quem eu queria que fosses.
Sem saber também perdi|te|me.
Na perca dilúida noutras encontrei|te|me.
002
É uma sensação de paz que ainda que só por momentos me enche dias, empurra-me para onde por vezes a eventual hipótese de tropeçar se torna realidade e a esperada, inevitável e viciante adrenalina da descoberta não só de alguém mas de todo um mundo e no meu, outra vez, passa leve e breve o primeiro, atravessa qualquer raciocínio e instala-se confortávelmente neste que só agora percebi ter começado. Naquele, no primeiro, era e seria único, como as poucas certezas que dele faziam parte mas garantido. Perderam-se as papeladas das garantias nos mundos e ainda assim surge o sorriso satisfeito mas discreto que confirma a alegria atrevida da certeza das incertezas desejadas. Inevitáveis, neste.
001
De repente, o motivo que aqui me trouxe, não é há muito a razão porque ainda aqui estou. Foi-se, sem ir misturou-se, misturou-me, perdeu a tristeza no caminho e inflamou o que do tempo ficou. Fiquei e quando me afasto, porque nada tenho para deixar, são as pessoas nas palavras que me fazem voltar. O quanto eu gosto de palavras que riem, choram, amuam, brincam e me fazem esquecer no que sinto serem só letras.
Há uma inquietante sensação de segurança desonesta que trepa cá dentro quando as páginas me tentam com o que quero já sem querer. Cresço. Lembro que o medo por vezes é ligeiro, leve, mas sempre traiçoeiro e que a dor que provoca é pior que a outra.
De repente, o único motivo és tu! Sempre te encontro nas palavras que não sei precisar mas fazes questão de por aí deixar e eu tropeçar nos nomes misturados, espremidos até ao teu que não é. Mas és. Andas por aí. Sabes o poder das imagens que as palavras têm, sabes as palavras e brincas séria como ninguêm.
000
Pago a conta quase aos berros de braços no ar. Arrebanho a tralha, já composto, dirigo-me á saída iluminada na outra ponta pelo sol. Nestes preparos, rasga-se um sorriso malandro envergonhado na quase palpável expectativa do prazer que a luz, como desculpa, esconde. No chão a encher o olhar, lembro que há muito não procuro a côr certa no caminho e o quanto gosto de uma história.
00
Ainda não tinha um ano e já as pernas, quase esquecidas, lhe diziam que andasse, que fosse, pelo menos a outra Freguesia. As palavras, tontas, foram também. Ficam as loucas.
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